sexta-feira, 22 de julho de 2011 | By: SparrowLetters

Desejos Impossíveis

Eu encontro as paredes novamente se fechando contra mim.
É fácil perder o fôlego quando estou nessa situação.
Chega a ser sufocante perceber que o desejado está tão próximo, mas ao mesmo tempo completamente fora de alcance. Isso me destrói por dentro.
Nesses dias em que nada mais me toca, tenho jogado fora qualquer vestígio desse passado.
Coleciono uma porção de olhares, alguns toques em minha mãos e alguns remédios para minha solidão.
Faz tanto tempo que não ouço o som da tua voz, e agora eu já nem mesmo sei se eu quero lembrar.
Na estante eu coloquei mais alguns livros, na vã tentativa de preencher esse espaço vazio, que na verdade se encontra dentro de mim.
Não que não faça mais sentido, mas resolvi deixar pra lá alguns amigos e o coração partido, pra tentar me encontrar.
Já não ouço mais os mesmos discos, e existem algumas canções que eu nem ouso cantar.
Nesses dias em que morro por dentro ao te ver, onde morro ainda mais se eu não te ver.
Nesses dias onde já não posso mais te alcançar.
sábado, 16 de julho de 2011 | By: SparrowLetters

Vícios

E então mais uma vez eu perdi meu caminho.
Eu estava completamente certo de que agora eu conseguiria seguir essa estrada sem desabar por ela.
Eu estava completamente errado.
Como eu disse... é um vício. Toda e qualquer tentativa, de esquecer a inebriante sensação que ela me causava, é um estupido erro.
Tento encontrar nesses dias, formas de esquecer por instantes.
Saio, rio, danço, canto. Farsas!
São apenas camuflagens. Mascaras que escondem o interior frágil e deteriorado após essa ilusão que criei.
Ainda assim não existem culpas, desculpas, erros ou acertos.
Acho que apenas erramos no tempo. Talvez se ele esperasse uns meses, tudo mudaria... ou nada de fato tivera ocorrido.
Só me doem as lembranças.
Elas conseguem resumir em flashes, momentos que um dia fizeram meu sorriso valer a pena, mas são apenas isso: Lembranças.
Elas não trarão de volta os momentos, elas não me faram sorrir novamente, elas apenas estão dispostas a esfregar na minha cara trechos de vida que se perderam no passado.
Tento seguir sóbrio a maior parte do tempo. Esquecer tudo isso demanda uma inconsciência que eu não suporto.

São vícios...
E como tais, a reabilitação te leva a loucura em fração de segundos.
quarta-feira, 13 de julho de 2011 | By: SparrowLetters

Historias sem Final...

Você tenta se levantar, se recompor, mas a rasteira que vem logo em seguida é ainda mais forte.
Então tudo o que você pode fazer, é apenas observar a chuva lavando seu corpo e desejando que ela leve embora essa aflição que te cobre como um manto escuro.
Essa noite eu não durmo. Assim como muitas outras, como aconteceram por varias vezes.
Mas se quer saber, eu não ligo pra isso.
Ainda que meus olhos denunciem a perda que me tira o sono, eu não ligo.
Tentei por vezes te alcançar, mas eu sei que sempre vou tropeçar na barreira que te impede de baixar a guarda, na barreira que você sequer se importa em deixar te cercar.
Por mais que eu tente te segurar a cada queda, você recolhe a sua mão me deixando apenas a contemplar seu vôo brusco.
Durante as noites posso sentir tuas lágrimas. São como facas me acertando o peito e dizendo que sou incapaz de ajudar.
Mesmo longe, eu morro por permanecer com as mãos atadas... que você atou.
Você não esqueceu...
Você não libertou...
Você se aprisionou nesse passado que condena teus dias, e a chave, capaz de abrir essa cela, você mantêm guardada onde ninguém pode entrar... por mais que eu tente.
Eu sei que seu coração está cheio demais, mas eu me deixei levar pela armadilha desse sádico destino.
Hoje eu compartilho dessa maldição com efeito dominó.
Amar alguém, que ama alguém, que ama alguém, e o ciclo vicioso não vai ter fim.
Pelo menos assim eu vejo.

Só espero que essa noite, quando as luzes se apagarem,o eco de cada lágrima tua seja extinto.
Só espero que amanhã o dia amanheça bem, e a chuva... que a chuva tenha levado embora cada dor que insiste em esconder o teu sorriso.

Virtudes e Defeitos

Eu sei. Estou longe de ser o modelo perfeito dos teus pensamentos.

Meus confidentes têm sido um bloco de anotações, minha guitarra e meus versos desleixados.

Eles guardam meus temores, minhas felicidades, em sumo, eles guardam tudo o que me faz sentir vivo desde que você chegou.

Se as vezes meto os pés pelas mãos, se as vezes fico sem saber o que dizer ou como agir, não me leve a mal. Me assusta como você consegue parar as batidas em meu peito, e eu mal posso controlar isso. Na verdade, eu não quero.

Ainda com todos esses defeitos e mudanças repentinas de astral, sei que eu posso ser bom.

Não sei porque, não sei como, não sei o quanto.

Mas algo dentro de mim luta pra se destacar e se mostrar quando sinto você em meus braços.

Quando sinto teu corpo colado ao meu.

Algo que eu tranquei dentro de mim há muito tempo, e que relutei dia após dia em manter em segredo.

Hoje ele se rebela.

A pedra de gelo que outrora eu trazia batendo em meu peito se desfez no calor dos teus lábios.

Penso que as engrenagens estão voltando a funcionar.

Penso que a chance de um recomeço está a poucos centímetros das minhas mãos, e quando eu agarrar, nada nesse mundo vai me fazer desistir.

Porque eu apagaria o brilho da Lua e das estrelas do céu, só pra ter apenas o teu sorriso iluminando as minhas noites.

quinta-feira, 30 de junho de 2011 | By: SparrowLetters

Paradoxo Ambulante

Há tantas coisas pra dizer, mas elas simplesmente resolvem se ocultar deixando minha voz muda.
Quisera demonstrar de tantas formas o que eu realmente penso e sinto, mas parece que eu desaprendi a mostrar o ponto chave das questões... então rodopio em vãs tentativas de desenhar meus intentos.
Hão de existir os dias em que eu me sinta pequeno e ferido por casualidades que, aos olhos de terceiros, pareçam coisas bobas. Nesses dias, provavelmente eu irei demonstrar da forma mais primitiva e infantil meus desalentos.
Mas você me conhece, e como ninguém mais, consegue com coisas simples destruir essas fases ruins que me cercam.
Um sorriso envergonhado, um abraço caloroso, um beijo incrivelmente único.
E então me desarma de todas as formas, quando teus olhos verdes invadem os meus.
Por mais que eu seja um paradoxo ambulante, eu me encontro e me perco em tua presença.
quarta-feira, 15 de junho de 2011 | By: SparrowLetters

Colisão

Indubitavelmente aquele seria mais um dia comum pra ele.
Mais um de seus rápidos e tediosos dias.
Mas havia algo no ar.
Algo surpreendentemente carregado de positividade.
Caminhar pelas ruas - que outrora era uma coisa que desagradava – hoje era feito de bom grado.
Sorrisos e abraços vinham e iam com a mesma intensidade.
Ao longe era possível enxergar o Sol se pondo por detrás das montanhas já desfocadas pela distância.
A noite caíra.
Com ela, veio a incontrolável vontade de ir de encontro a sua fonte de desejos.
E assim o fez...
Como se jamais houvesse escolha, ele sabia que seu destino era um só.
E então os sorrisos e abraços pareciam coisas corriqueiras, sem valor algum diante do que se postava a sua frente.
Então aconteceu...
Os lábios amargos pela nicotina e o alcatrão se encontraram com aqueles que mais pareciam seda, tamanha suavidade.
Os ponteiros pararam – O mundo parou – Nada mais parecia ser suficientemente importante pra ser notado naqueles instantes.
O intenso encontro dos verdes olhos o fizera perder os sentidos e sentir o que há tempos se encontrara adormecido.
Como num ato consensual,ambos perceberam a esfera branca de luz branda que jazia sobre suas cabeças.
A Lua brilhava como jamais eles tinham percebido antes.
A fria brisa do inverno de Junho, sequer parecia surtir efeito sobre a pele em contato.


"A colisão aconteceu sem que ninguém ouvisse, mas nessa noite, o mundo parecia subjugar-se aos encantos vivenciados em tão curto espaço de tempo, mas no tempo suficientemente eterno."

terça-feira, 26 de abril de 2011 | By: SparrowLetters

Redenção

Você se pergunta o motivo dos dias estarem tão cinzas e chuvosos. É mágico e assustador como se assemelha com esse estado de espírito.
Exatamente como no céu, o brilho do sorriso é ocultado por densas nuvens de auto-piedade.
É como se nenhuma tentativa de escape fosse válida, são apenas como drogas, te dando a falsa sensação de que você está em outro nível, até o efeito passar... e sempre passa.
A utilidade de tudo e todos ao seu redor é minimizada de uma forma aterradora, nada supre o fenomenal efeito da falta. Ainda que se experimente coisas novas, se conheça pessoas novas, ainda assim, tudo é vago, desprovido do adjetivo interessante.
Enquanto o sol luta por alguma brecha entre as nuvens, ainda luto por uma brecha entre esses dias, tentando elevar esse estado de espírito decadente. Assim como alguns poucos podem ver que por detrás dessa armadura de indiferença e sarcasmo, existem brechas que denunciam a vulnerabilidade quanto ao meu maior ponto fraco... o sentimento.


Enfim, eu ainda sigo... sem porque, sem saber... apenas o faço. Talvez porque saiba que se eu parar, não existirá enfim um sentido se quer para respirar.