quinta-feira, 24 de junho de 2010 | By: SparrowLetters

O espelho...

... tem mostrado um reflexo distorcido de mim. Não consigo mais me reconhecer, ao menos olhar nos olhos. O asco de lembrar atitudes que jamais pensara em tomar.
O que eu fiz de mim mesmo? O que eu sou odeia e repudia o que me tornei.
A depressão da alma e o fundo do poço, talvez tiveram o poder de revelar um lado obscuro que eu nunca quis conhecer, e deixar enterrado dentro de mim.
Hoje cavo a cova onde jazerá esse lado, cruel, intolerante e descompromissado.
Esse fantasma não vai assombrar mais meus sonhos, minha consciência. Hoje ele morre aqui, um pedaço de mim que jamais quero encontrar novamente.

Recolho os cacos desse espelho quebrado. Os cortes profundos serão uma chaga pra mostrar que um pude passar por cima de alguem que me assustou mais do que qualquer pessoa: Eu mesmo.



O único perdão que pode me dar a redenção, eu acho que não vou ter mais.
Meu fardo é carregar as consequências que meus próprios atos trouxeram. É a minha cruz, só cabe a mim carregá-la, em silêncio.
segunda-feira, 21 de junho de 2010 | By: SparrowLetters

... E hoje eu sei,

Da dualidade que existe no sentimento mais forte que há.
Um amor que muda a tua vida, realmente muda em todos os aspectos. Te transforma numa pessoa melhor, mas te vicia, e a abstinência dele te transforma numa pessoa diferente. Não pior, mas em alguém mais frio e alheio a qualquer coisa que não se refira a você.

Hoje e não me importo mais com nada... além de mim mesmo.
domingo, 20 de junho de 2010 | By: SparrowLetters

Bem, eu tô indo nessa...

Deletei tuas fotos e mensagens, abdiquei de qualquer indício teu que eu ainda pudesse remoer na minha memória, agora... alguem sabe esquecer o que está no coração e não na cabeça?

- tudo bem, vou tocar violão.
sexta-feira, 18 de junho de 2010 | By: SparrowLetters

... então deixa o tempo.

- Saber que você deve ficar bem, não significa necessáriamente que você ficar bem.
E as velhas frases como "com o tempo você fica bem", hoje parece cada vez mais sem sentido.
Você nota que meses se decompõem em dias. E o que existia, ou se subverte em desprezo, ou simplesmente deixa de existir, porque atitudes conseguem te fazer enchergar a real natureza das coisas.
Mas em todo caso, é bem verdade que com o tempo, tudo vai se esvaindo, e se transformando em névoa, e o vento que hoje me ataca, é o mesmo que vai se encarregar de levar essa névoa que restou pra longe. E depois disso... não restar nada é a melhor, e a mais saudável opção.





Se olhar pra trás e ver que os fantasmas ainda te ferem, tenha a única certeza de que talvez seja só um pesadelo... Você vai acordar e perceber que você está bem, ainda é forte, e aquele sonho ruim não passou de um sonho, não significou nada e não vai te ferir mais.
quarta-feira, 16 de junho de 2010 | By: SparrowLetters

... Algumas músicas.

- Por certas vezes, me surpreende o poder de uma música trazer a tona coisas como: Letras que te dizem exatamente o que você precisa ouvir, ou lembranças de um passado bom, onde você reconhece que ao menos uma vez, você pôde ser feliz de verdade. Algumas músicas trazem consigo, trechos em que você econtra tudo o que precisa dizer, dito de uma forma mais melodiosa, mas não menos carregada com algum rancor, amor, súplica ou tristeza, como as frases que você sente presa na garganta, mas não sabe as vezes como proferir.
As músicas que me acompanham me fazem recordar do meu passado não muito distante sozinho, de um passado ainda mais recente onde eu tive algo concreto que trouxe uma felicidade única, e que feliz ou infelizmente será levado pra toda uma vida, e ainda fazem parte do meu presente, que assim como aquele passado não muito distante, aborda uma solidão incompreendida, dolorosa e sem expectativas de ir embora tão logo.



E se por algum mínimo segundo você me encontrar através de um refrão, as lembranças serão bem vindas, como a vontade de esquecer logo tudo isso que ainda me fere.
terça-feira, 15 de junho de 2010 | By: SparrowLetters

Só uma rotina...

- São 5 e meia da manhã. Ela se levanta quando ele está conseguindo finalmente pegar no sono. E madrugada foi cruel pra ambos. Sono perdido em meio aos pensamentos que castigam a alma dele, e sonhos ruins que assustam o sono dela.
O céu ainda turvo, pela janela, dá a sensação de calmaria e solidão que algumas vezes fazem sentido em sossegar o coração. Na TV dela as cores embaçadas ainda não trazem nenhum refúgio pros pensamentos imperceptíveis.
Ele sonha com ela, e tenta, ao menos no sonho fazer tudo o que não pôde, dizer tudo o que ficou guardado, quem sabe assim, ao menos nesse sonho ele seja feliz.
Ela sai de casa e pega um ônibus qualquer, mais um dia normal e frio, por algumas horas talvez ela esqueça dele e sorria com piadas bobas e situações engraçadas com os amigos.
Algumas horas depois ele acorda, quando o sonho reprisava a triste cena da realidade, hoje nem o sonho foi capaz de dar abrigo e o conforto que ele precisa.
Um copo de café quente e um cigarro e agora, na televisão dele, as imagens embaçadas não acalmam o sonho ruim.
Ele passa dia após dia tentando escrever canções que falem de um orgulho ferido, e uma falsa idéia de que agora, ele está bem... que agora nada mais o afeta e entristece. E as melodias continuam sem letras, ele sabe que isso não é verdade. Seu único ponto fraco tem sido esfaqueado sem piedade alguma por lembranças e culpas.
Ela volta pra casa e a rotina segue. Tenta sorrir com amigos e se distrair entre alguma coisa que tome sua atenção e alguma musica que a faça querer dançar.
Até que em uma hora do dia os pensamentos deles se cruzam, e por mais que os dois repudiem isso, sabem que um ainda pensa no outro. E a tal repúdia é pelo simples fato de por tudo a perder por motivos até hoje desconhecidos, por atitudes e palavras desferidas como punhaladas, e o orgulho ferido... ainda continua sangrando, mas não se rende. Não essa noite, quando antes de dormir, as preces deles são entoadas em murmúrios, banhadas de lágrimas e só pedem um pouco de paz pra alma calejada de dores.


Num meio ano, onde o acaso trouxe finalmente uma paixão e um amor real, o próprio acaso despedaçou toda e qualquer possibilidade de se encontrar de novo. E a cada dia... essa rotina continua. É uma reprise.

Mais uma história com final...

O que é certo quando se perde o próprio rumo?
Ao olhar pra trás, você se recorda que a um tempo atrás você tinha tudo o que precisava, que por um segundo, todo o mundo não importava mais... você tinha o que precisava.
Daí então você volta ao presente. Vê que perdeu o que te dava forças pra sorrir, vê que as possibilidades agora parecem tão longe das mãos. Percebe que tudo ficou mais cinza e sem vida.
A sensação de que nunca fizera menos que o máximo que pudesse pras coisas ficarem bem. E o que deu errado? Será que deveria ser feito mesmo tudo aquilo? A troco de quê você se empenha, mesmo que não receba quase nada em troca?
Dái então o amor se torna rancoroso e isso entristece teus dias, com lembranças deturpadas e vontades inconcebíveis. E em seguida, o orgulho de ambos se combatem e o rancor vira raiva ao perceber que o descaso e a indiferença do outro ainda te fere, mesmo que você insista em dizer que está bem, que esqueceu... você, e só você sabe que não.
Outras bocas e abraços, outras vozes e risadas... e desses milhares, nenhum preenche o vazio que ela te deixou. Ela não volta mais, e o vazio não vai cicatrizar. Ainda que ele se feche, a ferida vai doer e vai abrir de novo.
Por que o que só restou é conviver com a certeza de nada mais ser certo por aqui. Seguir o rumo fingindo a si mesmo que é só uma questão de seguir a vida como a uns meses atrás antes de tudo, como se nada do que houve tivesse mudado a sua vida pra sempre. Fingir que está bem até que se acredite... ou não.



Por que você aprendeu tudo o que podia pra amar como se sua vida dependesse disso.

Mas você não aprendeu a esquecer não é mesmo?