terça-feira, 15 de junho de 2010 | By: SparrowLetters

Só uma rotina...

- São 5 e meia da manhã. Ela se levanta quando ele está conseguindo finalmente pegar no sono. E madrugada foi cruel pra ambos. Sono perdido em meio aos pensamentos que castigam a alma dele, e sonhos ruins que assustam o sono dela.
O céu ainda turvo, pela janela, dá a sensação de calmaria e solidão que algumas vezes fazem sentido em sossegar o coração. Na TV dela as cores embaçadas ainda não trazem nenhum refúgio pros pensamentos imperceptíveis.
Ele sonha com ela, e tenta, ao menos no sonho fazer tudo o que não pôde, dizer tudo o que ficou guardado, quem sabe assim, ao menos nesse sonho ele seja feliz.
Ela sai de casa e pega um ônibus qualquer, mais um dia normal e frio, por algumas horas talvez ela esqueça dele e sorria com piadas bobas e situações engraçadas com os amigos.
Algumas horas depois ele acorda, quando o sonho reprisava a triste cena da realidade, hoje nem o sonho foi capaz de dar abrigo e o conforto que ele precisa.
Um copo de café quente e um cigarro e agora, na televisão dele, as imagens embaçadas não acalmam o sonho ruim.
Ele passa dia após dia tentando escrever canções que falem de um orgulho ferido, e uma falsa idéia de que agora, ele está bem... que agora nada mais o afeta e entristece. E as melodias continuam sem letras, ele sabe que isso não é verdade. Seu único ponto fraco tem sido esfaqueado sem piedade alguma por lembranças e culpas.
Ela volta pra casa e a rotina segue. Tenta sorrir com amigos e se distrair entre alguma coisa que tome sua atenção e alguma musica que a faça querer dançar.
Até que em uma hora do dia os pensamentos deles se cruzam, e por mais que os dois repudiem isso, sabem que um ainda pensa no outro. E a tal repúdia é pelo simples fato de por tudo a perder por motivos até hoje desconhecidos, por atitudes e palavras desferidas como punhaladas, e o orgulho ferido... ainda continua sangrando, mas não se rende. Não essa noite, quando antes de dormir, as preces deles são entoadas em murmúrios, banhadas de lágrimas e só pedem um pouco de paz pra alma calejada de dores.


Num meio ano, onde o acaso trouxe finalmente uma paixão e um amor real, o próprio acaso despedaçou toda e qualquer possibilidade de se encontrar de novo. E a cada dia... essa rotina continua. É uma reprise.

2 comentários:

Danillynda disse...

Nossa, rotina é sempre péssimo!

bea disse...

Foda, foda, foda. *-*

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