quinta-feira, 30 de junho de 2011 | By: SparrowLetters

Paradoxo Ambulante

Há tantas coisas pra dizer, mas elas simplesmente resolvem se ocultar deixando minha voz muda.
Quisera demonstrar de tantas formas o que eu realmente penso e sinto, mas parece que eu desaprendi a mostrar o ponto chave das questões... então rodopio em vãs tentativas de desenhar meus intentos.
Hão de existir os dias em que eu me sinta pequeno e ferido por casualidades que, aos olhos de terceiros, pareçam coisas bobas. Nesses dias, provavelmente eu irei demonstrar da forma mais primitiva e infantil meus desalentos.
Mas você me conhece, e como ninguém mais, consegue com coisas simples destruir essas fases ruins que me cercam.
Um sorriso envergonhado, um abraço caloroso, um beijo incrivelmente único.
E então me desarma de todas as formas, quando teus olhos verdes invadem os meus.
Por mais que eu seja um paradoxo ambulante, eu me encontro e me perco em tua presença.
quarta-feira, 15 de junho de 2011 | By: SparrowLetters

Colisão

Indubitavelmente aquele seria mais um dia comum pra ele.
Mais um de seus rápidos e tediosos dias.
Mas havia algo no ar.
Algo surpreendentemente carregado de positividade.
Caminhar pelas ruas - que outrora era uma coisa que desagradava – hoje era feito de bom grado.
Sorrisos e abraços vinham e iam com a mesma intensidade.
Ao longe era possível enxergar o Sol se pondo por detrás das montanhas já desfocadas pela distância.
A noite caíra.
Com ela, veio a incontrolável vontade de ir de encontro a sua fonte de desejos.
E assim o fez...
Como se jamais houvesse escolha, ele sabia que seu destino era um só.
E então os sorrisos e abraços pareciam coisas corriqueiras, sem valor algum diante do que se postava a sua frente.
Então aconteceu...
Os lábios amargos pela nicotina e o alcatrão se encontraram com aqueles que mais pareciam seda, tamanha suavidade.
Os ponteiros pararam – O mundo parou – Nada mais parecia ser suficientemente importante pra ser notado naqueles instantes.
O intenso encontro dos verdes olhos o fizera perder os sentidos e sentir o que há tempos se encontrara adormecido.
Como num ato consensual,ambos perceberam a esfera branca de luz branda que jazia sobre suas cabeças.
A Lua brilhava como jamais eles tinham percebido antes.
A fria brisa do inverno de Junho, sequer parecia surtir efeito sobre a pele em contato.


"A colisão aconteceu sem que ninguém ouvisse, mas nessa noite, o mundo parecia subjugar-se aos encantos vivenciados em tão curto espaço de tempo, mas no tempo suficientemente eterno."